domingo, 28 de novembro de 2010

Jovem quer se sentir valorizado e receber retornos constantes

Entrevista com Sofia Esteves, Diretora de RH diz que ambiente de trabalho É prioridade para "Geração Y"

Sofia Esteves, 49, fundadora e presidente do Grupo DMRH, de recursos humanos, diz que salário está em sétimo lugar na lista de prioridades dos jovens no mercado de trabalho hoje.

Os aspectos mais valorizados pela chamada "geração Y" -dos nascidos de 1978 ou 1980 (não há consenso entre pesquisadores) a 2000- são bom ambiente de trabalho, possibilidade de desenvolvimento profissional e qualidade de vida.

"A empresa tem de investir em tudo isso para reter talentos, além de ter uma boa comunicação com os jovens", diz Esteves, uma das mais prestigiadas no mercado.

A seguir, trechos da entrevista exclusiva à Folha:

(CAROLINA MATOS)

Encontro de gerações

Os gestores mais velhos, de 50 ou 60 anos, têm dificuldade de entender os funcionários mais jovens, de 20 ou 30 anos. E, muitas vezes, rotulam esses profissionais como a geração "I": de imaturos, insubordinados e infiéis.

Sim, eles são mais imaturos, por causa da superproteção dos pais e também porque chegam mais tarde ao mercado de trabalho. Mas eu costumo dizer que existem mais "is" nessa lista.

Essa nova geração é, por exemplo, mais inteligente que as anteriores no que diz respeito à tecnologia, à inovação. E também em relação à liberdade que os jovens se dão de falar o que pensam.

Nós, que pertencemos às gerações anteriores, aprendemos a não reclamar quando estamos infelizes.

O comportamento menos formal de hoje é visto pelos chefes mais velhos como desrespeitoso. Mas é tudo questão de comunicação.

Os jovens tratam os outros como iguais. Foram educados na escola a chamar a professora de "tia". E essa liberdade acaba sendo trazida para o ambiente de trabalho.

Muitas vezes, o conteúdo do que o jovem critica está correto; o problema é a forma. Quando o gestor percebe isso, não estamos mais falando de conflito, mas, sim, de encontro de gerações.

Reter talentos

Para reter talentos, além de aprender a se comunicar melhor com os jovens, as empresas têm de investir em aspectos importantes para esses funcionários.

A nossa pesquisa Empresa dos Sonhos dos Jovens de 2010, feita com 35 mil universitários brasileiros, mostra que, pela primeira vez em nove anos, o salário apareceu em sétimo lugar entre as prioridades da "geração Y" no mercado.

A primeira razão apontada para escolher determinada empresa foi o bom ambiente de trabalho.

Depois, veio a possibilidade de desenvolvimento profissional. E, em seguida, apareceu qualidade de vida.

Em 2008, salários e benefícios vinham em primeiro lugar na preferência dessas pessoas. E bom ambiente de trabalho não era um item que aparecia entre os cinco motivos mais citados.

Isso representa uma grande mudança de prioridades.

Mais valor

Com os principais aspectos atendidos, 30% dos entrevistados disseram que permaneceriam na mesma empresa por mais de 20 anos.

Cinco anos atrás, esses 30% diziam que o tempo adequado para ficar no emprego seria dois anos no máximo.

As empresas têm de investir em treinamento e salários adequados para que o jovem se sinta valorizado. E dar retorno sobre o trabalho que estão realizando e os motivos desta ou daquela decisão.

O raciocínio é simples: faça pelo outro o que você gostaria que fizessem por você.

Ponderação

É preciso que o gestor delegue responsabilidades aos jovens e os ensine a serem mais ponderados, a refletir.

Aos poucos, a "geração Y" vai percebendo que problemas existem em qualquer empresa e que não adianta ficar pulando de galho em galho. A solução é enfrentar os problemas e se apresentar como parte da solução.

Os jovens são dispostos a aprender, ligados em novidades e se dedicam muito ao trabalho. Basta que eles se sintam valorizados.

Escola

A renovação e o treinamento dos gestores para lidar com os jovens também têm facilitado o diálogo.

O maior problema está na escola, que, de maneira geral, ensina o aluno a ter uma posição passiva e não está preocupada em aproximá-lo do mercado de trabalho.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo. Caderno Mercado. 21 de novembro de 2010.

sábado, 20 de março de 2010

CPA em 2010

O CPA atualmente está com três grandes frentes de trabalho:

Pré-profissionalização, com o Programa Centro para a Juventude atendendo 90 adolescentes de 15 a 18 anos, tendo a parceria da SMADS/ PMSP;

Profissionalização, com o Programa Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo atendendo 280 adolescentes e jovens de 15 a 29 anos, tendo a parceria da SMADS/ PMSP. Cursos profissionalizantes nas áreas: Assistente Administrativo, Computação Gráfica, Formações de Agentes Sociais, Instalações Elétricas, Mecânica Industrial, Suporte Técnico em Informática e Web Designer.

Pós-profissionalização, com dois programas:

1. Programa de Aprendizagem Profissional do CPA atendendo cerca de 40 jovens aprendizes de 16 a 18 anos, tendo a parceria de 8 empresas e o apoio do CMDCA, FUMCAD e SMPP/PMSPm . Aprendizagem Profissional em Assistente Administrativo Comercial, Instalações Elétricas, Mecânica Industrial e Suporte Técnico em Informática ;

2. Central da Juventude para Oportunidades e Geração de renda atendendo vários jovens com ações de busca e encaminhamento para o primeiro emprego formal, mentorias profissionais, atividades culturais, rede de oportunidades, encubações de projetos juvenis, empreendedorismo e protagonismo juvenil, tendo a parceria do Citi Fundation e o apoio da ASHOKA e United Way Brasil;


segunda-feira, 15 de março de 2010

Defasagem Escolar

Faculdade particular dá aula de reforço a calouro

Instituições oferecem curso de português e matemática para suprir defasagem.

Para sindicato, ampliação de vagas derrubou o preço dos cursos e atraiu alunos de menor renda, que precisam aprender disciplina básica

Ligia Sotratti, da Folha Ribeirão

Dificuldades em cálculos básicos -como multiplicar frações e achar porcentagens- ou dúvidas em grafia e concordância verbal e nominal. Devido à defasagem da maioria dos novos alunos, instituições particulares de ensino superior têm oferecido cursos de reforço em português e matemática a todos os calouros.

Em muitos casos, os cursos são gratuitos e optativos e não constam da grade curricular. O que os diferencia é o nome: algumas instituições chamam de curso de aprimoramento, outras, de nivelamento.

De acordo com o Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo), cerca de 70% das faculdades particulares paulistas oferecem algum programas de nivelamento.

"O modelo é bastante diversificado. Tem instituição que faz plantão de dúvidas, outras fazem o reforço a distância e existe também a aula presencial", disse o diretor-executivo da entidade, Rodrigo Capelato.

Segundo a entidade, a preocupação com a defasagem do aluno surgiu nos últimos cinco anos e foi impulsionada pela ampliação da rede particular. "Com mais vagas no nível superior, caiu o preço médio e a população que vem do ensino público de má qualidade passou a ter acesso à faculdade", diz ele.

Além da expansão das universidades privadas, professores também atribuem o aumento do acesso a programas como o ProUni e o Fies (fundo que financia o curso).

Em Ribeirão Preto (313 km de SP), por exemplo, a Unaerp oferece as duas disciplinas. No Centro Universitário Moura Lacerda, o apoio é para exatas. "Como temos muitos cursos tecnológicos e de engenharia, as matérias optativas são física e matemática, áreas em que os alunos têm mais problema", disse o reitor da instituição, Glauco Eduardo Cortez.

Na Unip, há monitorias e revisão de conteúdos on-line. A vice-reitora da instituição Melânia Dalla Torre disse que o reforço visa "refrescar a memória" dos alunos.

A estudante Karolyna Mendes Moura, 22, caloura de serviço social da Unaerp e bolsista do Prouni, faz parte do grupo de alunos que busca reforçar conteúdos escolares de matemática e português.

A jovem, que estudou em escola pública no ensino fundamental e médio, diz que pretende aproveitar a oportunidade de corrigir seus erros.

"Fiz cursinho na USP durante dois anos e pude aprender regras de acentuação, mas ainda tenho um pouco de dificuldade e troco letras. O som de "s" e "z" me confunde."

Para educadores, preparação é necessária

Para especialistas da área de educação, são positivas e necessárias as aulas de reforço para manter o aluno no ensino superior. "Uma vez que esses alunos entraram, chegaram até a universidade, as escolas têm que se modificar para dar os conteúdos, aprender a trabalhar com esse aluno", afirma o professor da Faculdade de Educação da USP Rubens Barbosa.

A coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp (Universidade de Campinas), Maria Márcia Sigrist Malavasi, diz que é preciso cuidado para formular o curso de recuperação de conteúdos.

"Como vai ser dado esse aprimoramento, qual a duração, quem serão os professores, qual o preparo deles? Tudo isso tem que ser pensado", diz.

Para o especialista em políticas educacionais da USP de Ribeirão Preto José Marcelino Rezende Pinto, a deficiência dos estudantes não está somente nas escolas particulares. O problema ocorre também em faculdades públicas que, embora apliquem um processo de seleção mais rigoroso, têm alunos com dificuldades.

"Mesmo na USP, há estudantes com deficiências de aprendizagem. Acho que as disciplinas são muito desarticuladas. Por exemplo, em um curso de biologia, o professor precisa também corrigir o português."

Diferentemente das instituições particulares, a USP não mantêm programas regulares de reforço para ingressantes.

Fonte: Ligia Sotratti. Faculdade particular dá aula de reforço a calouro. Jornal Folha de São Paulo. Caderno Cotidiano. 14 de março de 2010.

segunda-feira, 8 de março de 2010


O ferro é resistente, mas o fogo o tempera.

O fogo é assustador, mas a água o apaga.

A água é potente, mas o sol a seca.

O sol é poderoso, mas uma tormenta o encobre.

A tormenta é explosiva, mas a terra a domina.

A terra é majestosa, mas o homem a domina.

O homem é poderoso, mas a desgraça o surpreende.

A desgraça é pesada, mas o vinho a mitiga.

O vinho é forte, mas o sono o enfraquece.

Mesmo assim, a mulher é mais forte que todos eles. (de uma história da Etiópia, 1681)

Extraído do livro de Elizabeth A Johnson "Aquela que É" - O mistério de Deus no trabalho teológico feminino. Fonte: www.pensador.info

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Kelly, Larissa, José Antonio e Marina

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Jovens, educados e desempregados

Existem 7 milhões de jovens entre 15 e 24 anos que, por mais que tentem, não participam dos mercados de trabalho na América Latina

ALGUNS ANOS atrás, era comum provocar os jovens com um "saia à rua e encontre um emprego". Agora essa exortação não serve para nada, porque existem 7 milhões de jovens entre 15 e 24 anos que, por mais que tentem, não conseguem participar dos mercados de trabalho na América Latina e são forçados a passar os dias sem nenhum ofício.

Entre aqueles que não conseguem emprego espalha-se o desalento, e aqueles que têm um emprego, em geral, exercem-no em condições de informalidade, sem proteções nem perspectivas.

Basta analisar os indicadores de educação de qualquer país para perceber que também enfrentamos um paradoxo: esses jovens são parte da geração mais instruída que tivemos, uma boa porcentagem deles frequentou a faculdade e têm expectativas lógicas sobre seu próprio futuro no mundo do trabalho.

O emprego dos jovens é um desafio político, porque, quando essas expectativas são traduzidas em desânimo e frustração, se torna mais difícil a estabilidade de nossas sociedades e até mesmo a representatividade e a governabilidade democráticas. Imaginemos um jovem chamado a votar, que vota como desempregado e que, anos mais tarde, ao repetir o processo, ainda não conseguiu um emprego. Como isso afeta a sua relação com a democracia?

Além disso, existe o problema da relação com a vida profissional, pois, quando os jovens não têm oportunidade, dificilmente conseguem quebrar o ciclo de pobreza e trilhar uma trajetória de trabalho decente. Estaremos desperdiçando o talento e a capacidade produtiva necessária para alcançar o crescimento econômico.

Para piorar a situação, os jovens foram o grupo mais golpeado pela crise de emprego do ano passado. Indicadores compilados pela OIT mostram que em 2009 a taxa de desemprego dos jovens aumentou mais do que a dos adultos, enquanto diminuiu a sua participação nos mercados de trabalho, o que em grande parte se deve ao desânimo.

Estima-se que mais de 600 mil jovens passaram a engrossar as fileiras dos desempregados devido à crise. Na América Latina e no Caribe existem 104 milhões de jovens que enfrentam o seguinte cenário: 34% deles somente estudam, 33% só trabalham, 13% estudam e trabalham e 20% não estudam nem trabalham.

Sabe-se que a taxa de desemprego entre os jovens é o dobro da taxa global e três vezes maior do que a dos adultos, uma realidade que transcende o espaço latino-americano. Por outro lado, é prática habitual que os jovens sejam os primeiros a perder o emprego em tempos de crise e os últimos a voltar ao trabalho quando vem a recuperação. Sem contar que são considerados mão de obra barata, e isso muitas vezes os coloca em condições precárias de trabalho.

Para enfrentar esse desafio é necessário adotar medidas específicas destinadas a gerar mais e melhores empregos para os jovens. Investir na formação profissional e incentivar o espírito empreendedor para que eles possam também ser vistos como geradores de emprego. Aqui não agem as forças invisíveis de qualquer espécie, porque estamos lidando com problemas estruturais que só podem ser tratados com ações e políticas muito concretas.

É necessário colocar os planos de promoção do trabalho decente para a juventude como parte integrante das políticas públicas. É preciso reforçar o quadro institucional que implementa essas políticas, dispor do diálogo social para torná-las mais fortes e garantir seu sucesso. É indispensável, ainda, o intercâmbio de experiências entre as nações.

Não há soluções mágicas para um problema tão complexo. Portanto, é importante que os governos nacionais, regionais e locais, os sindicatos e os empresários, em conjunto com outros atores sociais, insistam em encontrar uma maneira de transformar essa realidade, se realmente quisermos avançar para o desenvolvimento. Sem os jovens não vamos conseguir.

JEAN MANINAT é diretor regional da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a América Latina e o Caribe desde 2006.

Fonte: Jean Maninat. Jovens, educados e desempregados. Jornal Folha de São Paulo. Caderno Opinião, Tendências/ Debates. 21 de fevereiro de 2010.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Equipe do Programa

José Antonio, Kelly, Larissa e Marina são vistos e definidos de formas diferentes. Mas, uma coisa é certa incentivamos que o jovem defina e busque concretizar seu projeto de vida.
A equipe também tem a filosofia de vida "CARPE DIEM", ou seja, "COLHA O DIA". Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. Assim, a vida não deve ser economizada para amanhã, pois acontece sempre no presente.
Rimos muito, brincamos muito, mas principalmente trabalhamos muito e buscamos sempre a excelência e a competência profissional.

Aguarde mais informações. Um abraço,
Equipe do Programa de Aprendizagem e
Projeto Aprendiz Cidadão